Respeitável Público!!! O picadeiro está quase completo!

Mas um ano eleitoral, mas clima de festa, farra das campanhas milionárias, cenários forjados para eleição dos candidatos identificados com o Projeto Neoliberal pelos meios de comunicação de massa, e mais uma vez a farsa persiste, foram anunciados os vitoriosos, mas quem perdeu?

Meses antes das eleições o cenário já vinha sendo preparado, os acordos entre as grandes siglas partidárias e o grande capital financeiro estava sendo preparado e evoluía. Faltando um mês para o fim do processo eleitoral, já era fácil preparar um "bolão" dos vencedores, e em nenhum momento me sentia um deles (explicando, se os eleitos devem representar os interesses do povo, como povo nunca vi estes sendo defendidos pelo executivo ou legislativo de forma veemente). Então, respondendo a pergunta pendente, nós, sujeitos que deveríamos estar fazendo a história, perdemos.

Não vou fazer aqui uma análise do resultado das eleições 2010, até porque ainda teremos segundo turno para presidente (recomendo para tal visitarem o blog do meu amigo Allan Mahet http://amahet.blogspot.com ), mas pretendo, aqui, desmistificar a maior mentira de todos os tempos: "Seu voto é uma arma que pode mudar a sua vida", bem, esta é a maior mentira desde a descoberta do fogo.

Muitas pessoas insistem em dizer, e o mais alto possível, que odeia, não suportam política, mas estes não sabem o quão grande é a besteira que dizem, não gostam, como eu também não gosto é de politicagem, esta sujeira que infecta os poderes executivo, legislativo e até o judiciário, além de toda a esfera pública e até nas relações de emprego, etc. A mesquinha troca de favores envolvendo votos, cargos ou bens públicos, a compra de votos, a corrupção, os mensalões, os dólares na cueca, os saguessugas da saúde, entre tantas outras coisas que nos irritam. Política em nada tem a ver com isso, política, em sua essência nada mais é que manifestar e defender suas opiniões, é fazer valer seus direitos coletivos e individuais, política é saber governar e ser governado visando sempre o bem comum em uma sociedade, é gritar em defesa de seus direitos quando atingidos, logo, todos nós somos seres políticos e não podemos nos esquivar desta responsabilidade, deixando esta coisa prazerosa ser confundida com individualismo e egocentrismo, e através da abstenção do que seria nosso dever, entregar todo o rumo da sociedade e de nossas vidas nas mãos de pessoas sujas que detém poderes, privilégios ou quaisquer outros meios de manipulação do senso comum.

Sempre ouço na rua muitas pessoas reclamando dos governantes, de que a vida não está legal, mas porque será que passa eleição, volta eleição os mesmos candidatos são reeleitos? E para piorar, cada ano trazem um parente novo para este lucrativo negócio... primeiro trazem um filho, depois a esposa, aí o outro filho, o cunhado e nunca acaba, parece algo vitalício e hereditário, por que o povo continua elegendo a mesma corja de ladrões??? Penso que duas razões são importantes para isto e a mídia tem grande culpa nisso.

Primeiramente vejamos o cenário de propaganda eleitoral. Por que é permitido que grandes empresários, que têm interesses diretos em exercer influência sobre os governantes, a fim de terem seus intereses individuais e financeiros privilegiados, porque é permitido a estes empresários, banqueiros e organismos internacionais que financiem campanhas eleitorais com tanto dinheiro quem nem o salário de um mandato inteiro poderiam pagar? Este dinheiro permite que certas campanhas ganhem uma divulgação tamanha que não se pode comparar com os candidatos honestos que não vendem seu mandato. As campanhas milionárias são todas comprometidas, pois no fim, se elegendo, eles ficam reféns de seus finaciadores e passam a governar exclusivamente segundo os interesses destes, por este motivo os salários acabam antes do fim do mês, a maioria da população está individada, etc. Não é correto esta disparidade econômica das campanhas e muito menos é ético ou correto estes financiamentos, as campanhas devem ser realizadas com recursos igualmente divididos pelo nosso Sistema Eleitoral ou com tetos compatíveis com a realidade de todos os partidos políticos. Aqui, o povo é iludido por não ver esta realidade que descrevemos, na verdade, com o excesso de poluição visual de algumas poucas campanhas a impressão que se tem é de que estas são as únicas candidaturas existentes, ficando as outras restritas aos esforços militantes de seus defensores.

Em segundo lugar fica todo o poder da mídia, dos meios de comunicação e as regras definidas para os debates eleitorais e as propagandas eleitorais gratuitas. Por que todos os candidatos não possuem o mesmo tempo na TV e nos rádios se estamos, segundo o próprio sistema, numa democracia? Por que os debates realizados pelas emissoras de TV (que são concessões estatais) não permitem que todos os candidatos se pronuciem e participem dos mesmos? Por que escolhem para estes debates apenas os candidatos comprometidos com os interesses político-financeiros de seus patrocinadores e idealizadores? Estas respostas são claras, estão aqui nítidas, mas insistimos em não ver... os interesses de todos eles são apenas um, defender o capitalismo e os interesses do capital, aumentar os lucros das grandes instituições financeiras e multiplicar ainda mais o capital e sua vantagem sobre o trabalho, tudo isto dentro de um cenário pós-moderno em que se fantasia a não existência de uma luta de classes entre o próprio Capital e o Trabalho.

Só para aumentar ainda mais a influência da mídia nesta situação toda, o grande papel que a mídia faz aqui é o de forjar a obrigação de votarmos em um de seus candidatos, de dizer que o voto é uma arma, que deve ser feito consciente (mas segundo suas orientações), que é um grande dever cidadão votar, não nos explica as regras do jogo, mas nos obriga a jogar com suas cartas marcadas um jogo com o final já definido. O povo não participa como sujeito pensante, mas na sua grande maioria, influenciado por tudo que já foi dito, comprado com favores ou esmolas, com mentiras, participa do jogo como marionete e apenas assiste de suas poltronas o circo e seus palhaços.

Depois que acabaram com o voto de papel e ficamos sem as opções irreverentes como o "Macaco Tião", restou-nos apostar nas irreverências do próprio sistema e os votos de protestos, em vez de serem votos úteis, na esquerda contrária a esta farsa vai para os "Tiriricas" da vida, pois os opositores do sistema são esmagados pelo poder da mídia nas eleições e no fim das contas, palhaços numerados e fotografados nas urnas, votos contabilizados e, após a apuração das eleições, tudo se inverte, nós somos os palhaços e eles é que riem da gente...

Respeitável público, até o segundo turno!!!! Vamos sair da poltrona?